Carla Mota Gonçalves, Lda.

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“A rolha natural é a pérola do sector” – Mário Pereira, gerente da Carla Mota Gonçalves, Lda.

Fundada em 1994, a empresa Carla Mota Gonçalves, Lda. nasceu pelas mãos de Mário Pereira, o gerente, que durante mais de oito anos trabalhou numa empresa de cortiça, na área administrativa. Tinha 25 anos quando resolveu lançar o desafio à família e criar uma fábrica de produção de rolhas naturais, ainda nas instalações da sua residência. Na altura, começou com seis pessoas: ele e um irmão, juntamente com o pai – broquista de profissão há mais de 50 anos -, a mãe, escolhedora, e dois funcionários que contratou. Nos dias de hoje, são 30 os funcionários que trabalham na empresa.

Em 2003, o espaço começou a ficar exíguo para o crescimento da empresa e acabou por adquirir uma fábrica na Zona Industrial do Casalinho, lugar onde permaneceu até hoje. Foi também por esta altura que começou a apostar no mercado internacional, tendo encontrado importadores em diversos países. Em 2007, fez, inclusive, uma tentativa de internacionalização, mas “ devido à conjuntura mundial, fomos obrigados a recuar”, explica o empresário Mário Pereira.

Presentemente, a Carla Mota Gonçalves, Lda. continua a chegar a vários mercados, via os importadores, tais como: Espanha, França, EUA, Grécia, China e Áustria; contabilizando um total de vendas anuais de 40 milhões de rolhas. Portugal representa, ainda, uma fatia considerável, sendo que “15 por cento das nossas vendas são feitas directamente nas caves”, refere o gerente. Em 2009, “sentimos que as infraestruturas que possuímos também já não respondiam às necessidades e, por um lado, crescemos nesta empresa, ao aumentar a área de 825 m2 para 1470 m2 e, por outro lado, adquirimos uma outra unidade, não muito longe daqui, para a preparação da cortiça”, descreve o empresário. E continua: “a nossa empresa possui todo o processo, desde a compra da matéria-prima até ao produto final. Com esta nova unidade, foi-nos possível começar a tratar as cortiças de uma forma mais ordenada, fazendo desde logo, a escolha da matéria-prima pelo tipo de rolha que queremos fabricar.”

Mas os melhoramentos na empresa com vista ao aumento da qualidade foram realizados a outros níveis. Desde logo, em 2002, aderiram ao Systecode, sistema de certificação das empresas mediante o Código Internacional das Práticas Rolheiras (CIPR). “Este ano vamos candidatar-nos ao Systecode Premium” revela Mário Pereira. Em 2005, aderiram à norma ISO 9001:2000 (Sistema de Gestão de Qualidade) e em 2008 à ISO 22000:2005 (Segurança Alimentar).

“Ao aderir ao Systecode, a empresa pretendeu responder de forma sustentada à inovação dos processos de fabrico e dos métodos de controlo das matérias-primas e dos produtos, inserindo-se, igualmente, dentro das políticas comunitárias para os materiais em contacto com produtos alimentares”, explica o gerente.

Desde 2007, têm também um laboratório onde desenvolvem vários testes, tudo com vista à “satisfação das exigências dos clientes.” “A aposta em maquinaria e equipamento tem sido uma constante e, por isso, usufruir de apoios com os vales IDT, através do Centro Tecnológico da Cortiça, é uma mais-valia”, comenta Mário Pereira.

Cortiça em alta

“A cortiça está em alta e a rolha natural continua a ser a pérola do sector”. É desta forma que Mário Pereira se refere ao estado actual do sector da cortiça e, por isso, continua a acreditar no produto que comercializa. Ainda assim, aponta algumas melhorias: “as entidades responsáveis deveriam incentivar o proprietário a cuidar bem do seu montado, cultivando, por exemplo, a necessidade de formação para as pessoas que extraem a cortiça; a separação da cortiça por qualidades logo na floresta também seria uma medida para dar mais valor acrescentado ao produto que vendem; e na indústria sinto que ainda há muito para evoluir a nível tecnológico.”

Quanto ao papel da APCOR, o empresário refere que “nos últimos 15 anos o trabalho da associação é mais visível, sentimos que tem um olhar atento em várias áreas e para o benefício de todos.” E refere alguns exemplos: “participamos no Formação PME, no CorkAcção e também temos sido financiadores do InterCork.”

In, Notícias APCOR Janeiro, Fevereiro, Março 2017

Associado nr.250

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