Certificação

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Competitividade, Confiança no Produto

A certificação assegura a competitividade e é um fator fundamental para o sucesso. Para as empresas funciona como estímulo à melhoria contínua. Para os clientes e consumidores, é uma prova de confiança no produto. A indústria corticeira aposta na certificação em nome da qualidade e da modernização. Mais de 70% das empresas certificadas pelo Código Internacional das Práticas Rolheiras são portuguesas.

Systecode

Desde sempre que a indústria corticeira portuguesa tem procurado atingir os mais altos padrões de qualidade nas suas diferentes fases e vertentes produtivas com especial destaque para a produção rolheira, onde o esforço de identificação e erradicação de possíveis falhas tem sido imenso. Neste campo, há que referir o projeto Quercus levado a acabo entre 1992 e 1996, uma iniciativa da C.E.Liège (Confédération Européenne du Liège) que envolveu sete países e vários laboratórios públicos e privados, para se estudar com maior profundidade os desvios sensoriais relacionados com o aroma/gosto a mofo no vinho. Usando sugestões de estudos anteriores e as descobertas deste amplo projeto, foi possível aprofundar o conhecimento sobre os compostos responsáveis por este tipo de desvio, tal como o 2,4,6 – Tricloroanisol (TCA), o Tetracloroanisol (TeCA) e o Pentacloroanisol (PCA).

Foi precisamente a partir dos resultados obtidos com o Quercus que se passou a ter uma ideia mais clara sobre os mecanismos de formação e contaminação do TCA (o composto mais frequente) e formular as regras básicas para os evitar. É daqui que surge o Código Internacional de Práticas Rolheiras (CIPR), um conjunto de normas práticas para a fabricação de rolhas de cortiça, cuja adoção pela indústria permitiu nivelar a qualidade em todo o setor.

O CIPR passou a ser uma referência internacional a partir de 1997. É um código extremamente dinâmico que tem sempre em conta as mais recentes descobertas e avanços tecnológicos. Atualmente, está na sua 6ª versão.

Em 1999, nasce a certificação internacional Systecode com o objetivo de certificar empresas produtoras de rolhas de cortiça que cumpram com as regras estipuladas no Código Internacional das Práticas Rolheiras. É um dos fatores de modernização mais importantes na indústria de rolhas de cortiça como uma garantia de qualidade e fiabilidade que o mercado começou a sentir nos vinhos engarrafados a partir de 2001. O Systecode e o CIPR implicam a adesão das empresas às mais avançadas técnicas produtivas, além de exigir um amplo e profundo conhecimento dos materiais e o respeito absoluto pelas regras ambientais, de higiene e segurança no trabalho. As empresas são auditadas anualmente por uma entidade externa, de forma a assegurar que cumprem os requisitos do sistema.

Em 2000, na primeira edição do Systecode, 87 empresas portuguesas foram certificadas, de um total mundial de 170 empresas. Um ano depois, esse número aumenta para 143 em Portugal e 248 em todo o mundo. Nos dias de hoje, conta-se com 252 empresas portuguesas certificadas e 315 no total. Cerca de 90% destas empresas portuguesas são associadas da APCOR.

País Total Base Premium Excellence
Portugal 252 196 39 17
Espanha 37 28 5 4
França 15 0 5 10
Itália 5 4 0 1
Marrocos 3 2 1 0
Tunísia 2 2 0 0
Alemanha 1 1 0 0
Total 315 233 50 32

Desde 2011, que a C.E.Liège implementou uma certificação ainda mais exigente, premiando as empresas que cumprem mais requisitos – ao nível da higiene e segurança alimentar, do desenvolvimento sustentável e do impacto ambiental. Estas podem obter a certificação “Systecode Premium”; as restantes empresas obtêm o “Systecode Base”.

Desde 2015,  nos países onde se realizam as auditorias Systecode, as empresas podem aceder a mais um nível de exigência: o  Systecode Excelência.

A este nível Excelência apenas concorrem empresas que vendem diretamente rolhas acabadas prontas a usar, a engarrafadores/caves.

Para obter este nível, as empresas devem ter a certificação Systecode Premium em todas as actividades de acabamento de rolhas e comprar os seus  produtos (rolhas) semiacabados  a empresas que possuem a Certificação Systecode Premium nas actividades de semi-acabamento de rolhas.

Assim para a campanha de 2017, 233 empresas optaram por pedir a certificação “base”; 50 a certificação “premium” e 32 a certificação “Excelência”. Para Portugal, este número foi de 196 para o “Systecode Base”, 39 empresas para o “Systecode Premium” e 17 para o “Systecode Excellence”.

Um dos procedimentos aconselhados pelo CIPR é a remoção dos calços (base da árvore junto ao chão) © APCOR
O cloro é um elemento proibido pelo CIPR em todo o processo de produção de rolhas, desde a cozedura até ao produto final © APCOR
A separação da mancha amarela, dos calços, do verde e outros defeitos da cortiça também está prevista no CIPR © APCOR

HACCP

O Hazard Analysis and Critical Control Points (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo) ou HACCP é um complexo sistema de análise de segurança alimentar que, quando implementado, controla a qualidade e a higiene durante o processamento dos alimentos (produção, embalagem…). No seguimento da publicação de várias normas e diretivas internacionais relativas a esta questão, que começou a ganhar uma enorme importância a partir da década de 50, surge, em 1991, o primeiro Guia para a Aplicação do Sistema HACCP elaborado pela comissão Codex Alimentarius (revisto em 1993 e em 1999). Uma vez que as rolhas da cortiça estão em contacto direto com um alimento – o vinho – a implementação deste sistema começou a estar presente nas empresas do setor.

Os princípios definidos pelo HACCP são:

1º Conduzir uma Análise de Perigos;
2º Determinar os Pontos Críticos de Controlo (PCC);
3º Estabelecer os Limites Críticos;
4º Estabelecer um Sistema de Monitorização para cada PCC;
5º Estabelecer as Ações Corretivas quando um PCC não está sob controlo;
6º Estabelecer Procedimentos de Verificação  do Sistema HACCP;
7º Estabelecer um Sistema Documental  de Procedimentos e Registos.

Mais informações em FDA e Certif

Norma ISO 22000:2005

Para além do CIPR e o respetivo sistema de acreditação, o Systecode, que obriga as empresas a adequar as suas práticas tendo em conta as regras e indicações da segurança alimentar, há muitas empresas que têm recorrido a vários outros sistemas de certificação alimentar para reforçar as práticas já preconizadas.

A mais recente certificação na indústria da cortiça no âmbito da segurança alimentar tem que ver com a norma ISO 22000:2005. Existem já várias empresas de cortiça certificadas por esta norma. Mais informações em ISO e Certif.

Certificação de Cadeia de Custódia/Responsabilidade

A Certificação de Cadeia de Custódia/Responsabilidade permite às empresas rotular os seus produtos Forest Stewardship Council® (FSC®) ou Programme for the Endorsement of Forest Certification© (PEFC©), o que, por sua vez, permite ao consumidor identificar e escolher os produtos que apoiam uma gestão florestal responsável e sustentável. Esta certificação verifica, portanto, a rastreabilidade de materiais e produtos certificados, de base florestal, ao longo da cadeia produtiva, desde a floresta, ou no caso dos materiais reciclados, desde o local de recolha, até ao consumidor final. Oferece garantias quanto à implementação de um sistema de gestão com a subscrição de compromissos de responsabilidade social e ambiental que fortalecem a imagem institucional junto dos clientes. Aplica-se a fabricantes, transformadores e comerciantes de produtos florestais certificados. Destina-se assim a qualquer empresa que procure demonstrar que o seu negócio contribui positivamente para a manutenção e melhoria da floresta.

No caso do setor da cortiça existem cerca de 80 unidades fabris certificadas pelo FSC® e 3 pelo PEFC©. Com o intuito de incentivar as empresas a aderir a esta certificação, surgiu o Certifica +, um projeto desenvolvido em parceria entre a APCOR e outras associações. Deste projeto, resultou o Manual de Certificação de Cadeia de Custódia FSC®/Cadeia de Responsabilidade PEFC©

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