Domingos Gomes de Almeida & Filho, Cortiças, Lda.
“Procuramos a qualidade, não a quantidade” – gerente da Domingos Gomes de Almeida & Filho, Cortiças, Lda.
Criada em 2002, a empresa Domingos Gomes de Almeida & Filho, Cortiças, Lda. junta na administração Domingos Gomes de Almeida e Joel Gomes, pai e filho. Mas a experiência no sector da cortiça já vinha de muitos anos. Domingos Almeida foi broquista em várias empresas do sector, tendo-se estabelecido, em 1988, em parceria com um primo que estava emigrado e que regressado a Portugal resolve investir na cortiça. E Joel que, desde muito novo, realizava pequenas tarefas para ajudar o pai. “Algumas vezes até faltei à escola porque o trabalho era muito e eu ficava na fábrica para ajudar”, conta o sócio-gerente. “Completei o 12º ano, mas o meu objectivo sempre foi ficar na empresa a ajudar o meu pai”, refere Joel Gomes. Mais recentemente, em 2016, o irmão mais novo, Marco Gomes, juntou-se à sociedade, uma vez que o patriarca se ausentou para a reforma. “Mas, na verdade, o meu pai não consegue passar um dia sem vir à empresa, nem que seja apenas para ver como estão as coisas”, descreve o empresário.
Na origem da empresa, eram apenas três os funcionários a laborar, número que aumentou para o dobro, nos dias de hoje. No passado, a empresa nasceu num pavilhão junto à casa, em Fiães, mas em 2002 decidem passar a empresa para o local onde se encontra hoje, em Lourosa. São uma empresa produtora de rolhas de cortiça natural e contam com uma produção anual de cerca de 12 milhões de unidades. Quanto a clientes, exportam para o mercado espanhol e trabalham, também, para o mercado interno. “O nosso objectivo é produzir rolhas de qualidade, por isso não nos interessa produzir muito, mas produzir bem”, afirma Joel Gomes.

E foi a pensar na qualidade do produto que, em 2004, aderiram ao Systecode (sistema de certificação das empresas mediante o Código Internacional das Práticas Rolheiras), tendo revalidado o certificado até aos dias de hoje. “No início foi um pouco complicado pois pediam-nos alguns requisitos que não dependiam de nós e que não eram muito fáceis de cumprir, como por exemplo fornecedores também certificados”, explica o empresário. E continua: “nós compramos maioritariamente a cortiça a empresas preparadoras e não foi fácil encontrar fornecedores certificados. Por isso, na minha opinião primeiro deveriam ter certificado as empresas preparadoras e depois as transformadoras.” É com base neste pressuposto que o sócio-gerente refere que: “a certificação deveria até começar na floresta, para que toda a cadeia, desde a origem até ao produto final, pudesse estar certificada.”
Sobre a questão da matéria-prima, o empresário alerta, ainda, para o facto de que: “a cortiça tem menos qualidade do que há uns anos e tem aumentado de preço.” “Isto coloca-nos alguns constrangimentos pois não temos reflectido estas alterações no produto final”, remata.

APCOR na dianteira da comunicação
Para o associado Domingos Gomes de Almeida & Filho, Cortiças, Lda. o trabalho que a APCOR desenvolve ao nível da comunicação “é muito importante”. “Os países estão mais informados sobre o que é a cortiça e a rolha, mas ainda há muito trabalho a fazer. Há uns anos tive uma situação na Suíça, numa loja de vinho, em que o vendedor não percebia nada de vedantes e estava a passar informação errada aos clientes”, conta Joel Gomes. Para além deste trabalho, o sócio-gerente destaca o jornal da associação e os comunicados informativos que a APCOR faz chegar, uma vez que são uma forma de “informar e alertar para aquilo que se passa no sector”, refere. “Passamos muito tempo na empresa e não temos muita disponibilidade para ir procurar informação, assim conseguimos ficar a par daquilo que é importante”, conclui o empresário.
In, Notícias APCOR Abril, Maio, Junho 2016
Associado nr.261