José Mário Santos Soares

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“A rolha de cortiça é o melhor vedante para o vinho” – José Mário, gerente da José Mário Santos Soares

José Mário Santos Soares, fundador da empresa com o mesmo nome, começou a trabalhar muito cedo na indústria da cortiça. “Antigamente, acabávamos a 4ª classe e começávamos logo ajudar os nossos pais. Comecei por ser quadrador com 10 anos de idade e mantive este trabalho até à altura em que fui para a tropa”, conta José Mário. Depois de vir do Ultramar, já com 23 anos, ingressou noutro ramo, o das madeiras exóticas, no qual trabalhou cerca de 16 anos. “Mas sempre gostei de trabalhar a cortiça e, então, resolvi criar pequeno armazém junto da minha casa onde, em regime pós-laboral, rabaneava uns traços e uma outra pessoa que contratei tratava da brocagem”, lembra o empresário. Estávamos em 1986, e José Mário, com o encerramento da fábrica das madeiras onde trabalhava, passa, então, a dedicar-se a tempo inteiro à cortiça e alarga o armazém anteriormente construído, nas traseiras da casa.

Eram cinco funcionários, um número que reduziu ligeiramente nos dias de hoje, pois são apenas quatro (o empresário que também é rabaneador; o filho e um colaborador que estão na broca; e a irmã, que se dedica à escolha das rolhas). Desde sempre, o foco da José Mário Santos Soares foi a produção de rolhas naturais. Inicialmente, eram responsáveis por todo o processo, desde a compra da matéria-prima no mato, no Alentejo ou Espanha, até a venda ao cliente. Chegaram mesmo a exportar para países como França e Itália, “mas a experiência não correu muito bem e enfrentamos algumas dificuldades”, refere José Mário. E continua: “por isso, desde há 20 anos para cá mudamos o nosso método de trabalho e agora transformamos a cortiça que nos é fornecida pelo nosso cliente, a empresa Sá&Irmão, S.A.”. Anualmente, a produção ronda as seis mil unidades.

Rigor e Qualidade

A empresa José Mário Santos Soares é certificada pelo Systecode – (Sistema de Acreditação das Empresas mediante o Código Internacional das Práticas Rolheiras) há mais de 15 anos. O empresário reconhece que “seguir este código permite laborar com mais rigor, porque temos de seguir as regras da certificação. Nos dias de hoje, temos um produto com mais qualidade, porque trabalhamos a cortiça com muito mais cuidado do que há uns anos.” É sobre este tema que José Mário diz contactar mais a APCOR para esclarecer as dúvidas, reconhecendo, no entanto, que “toda a informação enviada é muito útil e sempre que posso tento ler para estar a par daquilo que vai acontecendo no sector.” De um ponto de vista mais sectorial, José Mário refere que “as exigências são muito grandes e os preços da rolha de cortiça não acompanharam os preços da cortiça, o que pode causar situações difíceis para as empresas mais pequenas.”

Sobre o futuro da rolha de cortiça, o empresário diz que “a rolha natural não vai acabar! É um produto essencial para o vinho, o melhor vedante, e continua a ser o preferido pelos produtores e consumidores.” Um futuro risonho espera, também, para a sua empresa. José Mário tem 71 anos, mas continua a ajudar o filho “para lhe passar o conhecimento que tenho e para que ele possa dar continuidade a esta empresa familiar.”

In, Notícias APCOR Outubro, Novembro, Dezembro 2018

Associados nr. 293

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