Os EUA assumiram o primeiro lugar no ranking das exportações portuguesas da cortiça, destronando o histórico líder, a França. No primeiro semestre de 2015 representam 20,2 por cento das exportações totais, contra os 18,9 por cento assumidos pela França, o que significou exportações no valor de 95,6 milhões de euros.
O total das exportações portuguesas de cortiça em valor para os EUA tem crescido desde 2009 até 2014, em cerca de 41 por cento, tendo atingido, no último ano, o valor de 152 milhões de euros.
Relativamente às exportações de rolhas, as mesmas tiveram igualmente um cenário de crescimento, neste caso de 42 por cento, registando um valor de 119,3 milhões de euros em 2014 comparativamente com os 84,1 milhões de 2009. Em 2015, a tendência continua a ser de subida de cerca de 28 por cento, valor registado no primeiro semestre face ao período homólogo de 2014, atingindo já os 77,5 milhões de euros.
Estes dados podem ser melhor percebidos se se fizer a leitura dos dados da Organização Internacional da Vinho e do Vinho (OIV). Os EUA têm uma área de vinha de 407 mil hectares, ocupando o 6º lugar no ranking dos países produtores. Produzem 22 milhões de hectolitros, e têm-se aproximado do trio europeu (França, Itália e Espanha), registando um aumento de produção de quatro por cento.
No que se refere à importação de vinho, os EUA encontram-se no terceiro lugar da tabela, logo a seguir à Alemanha e ao Reino Unido. Os dados disponíveis também mostram que os EUA estão a pagar mais pelo vinho importado: 4 mil milhões de euros em 2014. Existem dois tipos de importação de vinho para este país: a granel e engarrafado. Este mercado está a experienciar, neste momento, diferentes tendências nesta área. Por exemplo, a importação a granel decaiu fortemente em 2013, depois de vários anos em franco crescimento, devido à colheita recorde verificada em 2012 e 2013. O vinho rosé é um dos tipos de vinho que é importado por este país, com 0,5 por cento (dados de 2013 – Vinexpo/IWSR study), tendo sido um dos mais lentos crescimentos dos últimos tempos.
Outro dado a destacar é que os norte-americanos estão a desenvolver o gosto pelo vinho e a prova disso é o aumento do consumo. Os EUA destronaram, no ano passado, a França e tornaram-se no maior mercado consumidor em termos de volume. Nos últimos tempos, pode-se apontar uma mudança de mentalidade dos consumidores de vinho nos EUA que deixaram de ver esta bebida como um “luxo” e já compram vinho para beber regularmente ao jantar. As pessoas estão a ver o vinho como uma bebida nacional.
Assim sendo, os EUA são o líder por excelência no que toca ao consumo de vinho, com cerca de 30,7 milhões de hectolitros (dados de 2013 – Vinexpo/IWSR study). Apesar de se ter verificado uma ligeira descida em 2013, prevê-se que a tendência no consumo seja de subida de cerca de 11 por cento, entre 2014 e 2018.
No entanto, quando se trata de consumo “per capita” os americanos ainda têm um longo caminho a percorrer. A título de exemplo, cada americano consumiu 11,9 litros em 2014 (dados 2015 – Wine Market Council), o que equivale a seis vezes menos o consumo dos franceses, que consomem em média uma garrafa e meia por semana. Entre 2002 e 2011, o consumo anual “per capita” dos norte-americanos subiu 17 por cento, mas a OIV reconhece que ainda há margem de progressão, sobretudo, ao nível da qualidade.
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