Espanha é o segundo país mais representativo para a indústria da cortiça, logo a seguir a Portugal. Em 2014, o sector fabricou 3 mil milhões de rolhas de cortiça, o que equivale a um quarto da produção mundial. As exportações das rolhas de cortiça representam mais de 50 por cento da produção espanhola, com um valor de 210 milhões de euros.
A aposta nos processos produtivos das rolhas de cortiça, juntamente com a implementação de exigentes controlos de qualidade, têm permitido à indústria da cortiça espanhola aumentar a sua produtividade e responder às necessidades dos mercados internacionais.
Os principais países das exportações espanholas são, à imagem de Portugal, os principais países produtores de vinho – França, Itália e EUA estão na lista da frente, com um total de exportações que vai de 67 milhões de euros a 16 milhões de euros. Seguem-se Portugal e Alemanha, com seis milhões e 4,8 milhões de euros, respetivamente.
As empresas de cortiça espanhola estão, ainda, a conquistar novos mercados, como é o caso do Chile, Argentina, Austrália, África do Sul e Brasil.
Ao nível da investigação e desenvolvimento, a indústria da cortiça espanhola investiu mais de 42 milhões de euros, nos últimos três anos, o que permitiu um avanço considerável ao nível da inovação tecnológica, disponibilizando às empresas maquinaria de ponta e considerada uma das mais avançadas do país. Este investimento centrou-se: nos processos de transformação e fabricação de rolhas de cortiça, no tratamento da matéria-prima e na expedição dos produtos.
Ao nível da selecção das rolhas, as máquinas de escolha automáticas revolucionaram a classificação manual e tradicional, principalmente no que toca à escolha dos discos utilizados nas rolhas técnicas e de cava (vinho espumante maioritariamente encontrado na região da Catalunha) – esta escolha é agora feita através de um Raio-X. Outra nota surge para a marcação a laser das rolhas de cortiça, que permite um aumento da rapidez e da produtividade na fase final do processo.
No que toca ao controle de qualidade, vários esforços têm sido feitos. Neste sentido, organismos como o Instituto Catalán del Corcho (ICSURO) estão a oferecer às empresas serviços de controlo de qualidade mais exaustivos. Um exemplo prende-se com a recente aquisição de um cromatógrafo, até ao momento só usado na indústria farmacêutica. Esta técnica permite melhorar a qualidade e competitividade da rolha de cortiça mediante a realização de análises de grande precisão.
Este conjunto de inovações tecnológicas, juntamente com a constante evolução dos sistemas produtivos da indústria de cortiça espanhola, elevam o sector a uma posição vantajosa para fazer frente aos mais elevados níveis de exportação e às exigências de qualidade das normativas europeias.
O esforço de inovação alcançado em Espanha e que se reflete nas exportações de produtos de cortiça deste país, é um bom exemplo da competitividade do sector e que acompanha a estratégia seguida pela indústria da cortiça Portuguesa.
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