A rolha de cortiça, tal como o vinho, é um produto natural e, como tal, é necessário assegurar que é armazenada e manuseada nas devidas condições, para que toda a sua qualidade seja salvaguardada.
Armazenar
Sempre que possível, as rolhas de cortiça devem ser utilizadas logo após serem recebidas. Devem evitar-se os longos períodos de armazenamento. O período máximo aconselhável é de até 6 meses, em condições de armazenagem apropriadas.
Abrir as embalagens de rolhas só quando chegar o momento de as utilizar. Em geral, as rolhas são embaladas em sacos que contêm SO2. Este gás age simultaneamente como um antiséptico e antioxidante, protegendo as rolhas.
As rolhas não usadas devem voltar a ser embaladas em sacos com SO2 (entre 0,5gr e 4 gr de SO2 por saco de 1000 rolhas).
A armazenagem das rolhas deve ser efetuada:
Engarrafar
O local onde se engarrafa o vinho é imprescindível para todo o processo. Deste modo, ele deve estar:
Alguns cuidados a ter em conta, antes de engarrafar:
A adaptação perfeita
Valendo-se da compressibilidade da cortiça, a rolhadora comprime a rolha para ser possível a sua introdução no gargalo da garrafa. Uma compressão adequada é aquela que é feita a um valor 2mm inferior ao diâmetro do gargalo na sua embocadura e evitando compressões da rolha superiores a deformações do diâmetro superiores a 33%. Assim, uma rolha de 24mm de diâmetro deve ser comprimida aos 16,5 mm para entrar num gargalo de 18,5mm de diâmetro.
Nunca se deve fazer uma compressão superior a 33% do diâmetro da rolha, pois existe o risco de se comprometer a sua elasticidade, com perda de parte da memória e, consequentemente, dificultando a correta vedação do vinho na garrafa. Assim, para uma rolha de 24mm de diâmetro, a compressão recomendável é de cerca de 8mm (o que equivale aos cerca de 16,5mm anteriormente referidos).
Valendo-se da sua elasticidade, a rolha recupera o seu volume nos primeiros 5 a 10 minutos que se seguem ao arrolhamento adaptando-se a todas as irregularidades do gargalo; no entanto apenas cerca de 1 hora mais tarde é exercida uma força uniforme ao longo de toda a superfície do vidro. Para isto, é aconselhável não colocar a garrafa na horizontal, logo depois de ter sido arrolhada.
No caso das linhas de engarrafamento em que após o arrolhamento se procede de imediato ao acondicionamento horizontal das garrafas nas suas caixas, é possível minorar os riscos, prolongando o tempo de permanência da garrafa no tapete de circulação que vai da máquina de rolhar à máquina de etiquetar. Para isso, bastará acrescentar mais seções de tapete, organizando-o em S apertado, para não haver desaproveitamento de espaço.
Durante o transporte e mesmo quando já está nos armazéns dos distribuidores, salvo raras exceções, o vinho engarrafado não está imune às variações da temperatura ambiente. Estas variações de temperatura são responsáveis pela:
Se bem que as variações do diâmetro do gargalo possam ser naturalmente compensadas pelas excelentes propriedades elásticas da cortiça, já o mesmo não se poderá dizer em relação à variação do volume do vinho e consequente variação da pressão interna.
Para evitar este problema, devem ter-se em atenção as seguintes recomendações na altura do engarrafamento:
Manutenção do equipamento
Assegurar que o equipamento está nas devidas condições é fundamental para obter das rolhas uma boa performance e, consequentemente, prolongar a vida de um vinho. Aqui estão alguns cuidados a ter com o equipamento:
Transportar
Devido às condições adversas que o vinho engarrafado sofre durante as longas viagens que tem que fazer para chegar ao seu destino, aconselha-se que as garrafas sejam sempre transportadas em posição vertical.
Recomenda-se o uso de contentores termicamente isolados ou escolher sempre as estações do ano mais frescas para se proceder ao transporte dos vinhos, especialmente para os vinhos que têm que ser transportados entre continentes.
Se o vinho vai ser transportado em contentores marítimos, dever-se-á saber qual foi o tipo de carga que esse mesmo contentor transportou no seu último serviço. No caso de o contentor não se encontrar limpo, livre de odores e completamente seco, deverá ser rejeitado. Se tal não for possível, dever-se-á proceder à sua limpeza com, por exemplo, um jato de uma solução de metabissulfito, não esquecendo de o secar convenientemente. A humidade resultante de fenómenos de condensação durante o transporte promove o aparecimento de fungos que podem gerar um posterior aparecimento de cloroanisóis ou outros compostos responsáveis por odores não desejados.
Como armazenar o Vinho
A expressão “a adega faz o vinho” é tão antiga como inteiramente verdadeira. A temperatura, humidade e higiene de uma adega concorrem para a qualidade final do vinho. A adega deve possuir as seguintes características:
Manual Técnico Rolhas clicar aqui.